segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SANTA CRUZ


Zé Teodoro (Foto: Aldo Carneiro)

O clima está quente entre as torcidas e seus times de coração. Se no Sport, a confusão imperou com ônibus quebrados e luta corporal, no Santa Cruz, clube que deveria estar nas nuvens após o acesso à Série C, uma rusga surgiu. Depois de um primeiro tempo sofrível contra o Cuiabá-MT, neste domingo, no Arruda, a torcida começou a vaiar os jogadores na descida para o vestiário. Valente, o técnico Zé Teodoro, em campo, confrontou os 26 mil espectadores com gestos de “Espera aí, estão reclamando de que? Subimos”. Foi para cima. A arquibancada calou. Segundo tempo, vitória de 1 a 0, no jogo de ida da semifinal. Mas a bronca ficou engasgada.
- As pessoas devem ter mais calma. Os torcedores estão rigorosos demais. Não pode. E o pior é que não aconteceu só aqui. Vimos na Ilha do Retiro como as ações foram erradas. O estado vai sediar jogo de Copa do Mundo, esse tipo de coisa não existe. O futebol Pernambucano está em alta. Estamos brigando lá em cima nas competições. As torcidas devem dar apoio para mim, para o técnico do Náutico, Waldemar Lemos, e para o treinador do Sport, PC Gusmão. Se não mudar, aqui vai continuar nessa instabilidade - criticou Zé Teodoro que fez do Santa Cruz campeão pernambucano e conquistou o acesso à Série C há uma semana.
Chateado, Zé Teodoro explicou que é um problema estrutural do futebol Pernambucano e que se o Santa Cruz quiser voltar a ser grande, sua torcida tem que mudar de mentalidade. Parece que a paixão que derrubou fronteiras e o apoio incondicional não é tão real assim.
- Eu, PC e o Waldemar deveríamos ficar, pelo menos, uns três anos em nosso clubes para organizar, estruturar os projetos. Não adianta criticar. Se ficar mudando de treinador, a coisa não anda. Teve gente que mudou três vezes de técnico (Sport) e tá mal, com departamento médico cheio, com trabalho complicado - alfinetou.
O desconforto com a torcida refletiu nas suas pretensões futuras no clube. Sondado pelo Atlético Mineiro, Zé Teodoro pretende continuar no Santa Cruz, mas tudo depende do projeto que o clube irá apresentar. Seu contrato termina no final do ano.
- Quero ficar aqui, mas nada é garantido. Se o projeto for como estou pesando, com uma reestruturação do clube, com mais investimento, vai ser bom. É assim com o São Paulo, por exemplo. O cara demora três anos para criar um trabalho. Por isso ganha títulos. Só fico aqui se for com essa mentalidade. Temos que ter calma - finalizou o comandante coral.

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